Um passeio pelas margens da história

Nestes tempos em que devemos ficar o máximo em casa, convidámos-vos a dar um passeio em segurança, aqui no éter digital, pela zona ribeirinha de Portimão, com a vantagem de poder viajar no tempo!

 

Posto de abastecimentoPosto de abastecimento

Posto de abastecimento

A expansão da terra em relação rio levou à criação de novos espaços e novas valências. O crescente parque automóvel que passava pela cidade nos anos 60 levou a que o Eng. Jaime Dias Cordeiro criasse na Av. do Dique um posto de abastecimento de combustível de uma conhecida petrolífera anglo-holandesa. Apesar de altamente modificado, o mesmo local ainda apresenta as mesmas funções.
Estaleiros navaisEstaleiros navais

Estaleiros navais

Durante séculos, os estaleiros navais foram uma das imagens de marca da margem da foz do rio Arade. Aqui vemos uns dos momentos finais do núcleo de estaleiros que ficava na zona de S.José, entre pontes, pouco antes de arrancarem as obras que concluíram a atual zona ribeirinha.
Embarque de vinhoEmbarque de vinho

Embarque de vinho

Ainda agora vamos nas vindimas mas aqui já se enviam os barris do precioso néctar produzido nos campos em redor do porto de Portimão!
Fábrica de S. Francisco da Feu HermanosFábrica de S. Francisco da Feu Hermanos

Fábrica de S. Francisco da Feu Hermanos

Temos aqui a distribuição das várias funcionalidades que compunham a o complexo da fábrica de S. Francisco da Feu Hermanos, aqui já com denominação de Embamar, corria o ano de 1975. Quem se lembra desta disposição do edifício e da área envolvente que acolhe hoje em dia o nosso Museu?
Uma curiosidade da fábrica Feu HermanosUma curiosidade da fábrica Feu Hermanos

Uma curiosidade da fábrica Feu Hermanos

Poucas eram as fábricas de conservas de peixe que tinham a capacidade de fabricar as suas próprias latas. A Feu Hermanos era uma delas, tendo a sua “oficina do vazio” nestes pavilhões da foto localizados na Rua D. Carlos I, mesmo ao lado da fábrica de S. Francisco.
Traineira “Pérola Algarvia”Traineira “Pérola Algarvia”

Traineira “Pérola Algarvia”

Eis a traineira “Pérola Algarvia” prestes a ser receber o “bota-abaixo” no estaleiro Horácio & Amador, um dos que habitava a margem direita da foz do Arade, mais concretamente a zona de S. Francisco. O edifício ao fundo é vos familiar?
Fábrica de conservas "La Rose"Fábrica de conservas "La Rose"

Fábrica de conservas "La Rose"

A “nossa” fábrica era das maiores de Portimão não tendo somente o mero processamento do peixe, mas também a fabricação da lata e ainda o estaleiro onde se fazia a construía e mantinha a sua frota própria.
Antigo bairro operárioAntigo bairro operário

Antigo bairro operário

A objectiva de Júlio Bernardo captou esta vista do antigo bairro operário construído pela Júdice Fialho na zona do Estrumal, junto à sua fábrica de S. Francisco. Para além das casas e do depósito de água, nota também para o rudimentar campo de futebol que se pode ver em primeiro plano.
Fábrica MercantilFábrica Mercantil

Fábrica Mercantil

Um dos edifícios que dominava a nova zona conquistada ao rio sobretudo para benefício da atividade pesqueira e da indústria conserveira era a fábrica Mercantil, propriedade da sociedade Bivar e C.ª, constituída em 1922 pelos notáveis locais Francisco Bivar Weinholtz, Jerónimo Negrão Buisel e João Francisco Leote, laborando até aos anos 70.

Foto: Francisco Oliveira

Todos para a Praia do Vau!Todos para a Praia do Vau!

Todos para a Praia do Vau!

No verão, durante o período áureo da indústria conserveira em Portimão, era hábito o Grémio organizar colónias de férias para os filhos dos operários das fábricas Feu, Liberdade, Mercantil, Facho e Portugália que se encontravam na escola-jardim.

Grupos de crianças eram transportados para a praia do Vau onde ficavam instalados e aí desfrutavam da época balnear.
A imagem é do refeitório da creche da fábrica Feu.

Bairro dos PescadoresBairro dos Pescadores

Bairro dos Pescadores

O Bairro dos Pescadores foi o terceiro bairro social de iniciativa estatal a ser construído em Portimão. A sua edificação começou na segunda metade dos anos 40 e foi levada a cabo pela Junta Central das Casas de Pescadores. Com uma malha urbana regular disposta numa pequena colina, as casas são geminadas, fazendo-se a entrada de forma lateral sobre um arco em vão comum.
Bairro OperárioBairro Operário

Bairro Operário

O Bairro Operário foi construído em terrenos cedidos a preço simbólico por Caetano Feu com o propósito de se proceder à construção de habitações para a classe operária conserveira.

Com casas de um, dois e três quartos, foi inaugurado com pompa e circunstância em 1936, sendo o primeiro bairro do género a ser construído em Portugal durante o Estado Novo.

Por este rio ao largoPor este rio ao largo

Por este rio ao largo

A tripulação do NRP Azevia posa para a lente de Francisco Oliveira. Esta lancha de fiscalização da Marinha Portuguesa esteve ao serviço entre 1941 e 1975, tendo tido como um dos principais pontos de actuação a costa algarvia.
Solar PinguimSolar Pinguim

Solar Pinguim

O solar Pinguim é um dos edifícios mais emblemáticos da Praia da Rocha, testemunho de outros tempos de ocupação desta estância balnear. Nos seus últimos anos de actividade, teve como grande dinamizadora Dorothy Boulter que, vinda da atual Tanzânia em 1962, adquiriu este imóvel em sociedade com Eugene M. Martin, passando a única proprietária de 1965 a 2007.

(Bonita) Imagem cedida por BJ Boulter

A primeira campanha de arqueologia subaquáticaA primeira campanha de arqueologia subaquática

A primeira campanha de arqueologia subaquática

Vemos aqui um mergulho para a história. Também pode ser caracterizado como um mergulho em busca da história! Trata-se de um momento da primeira campanha de arqueologia subaquática na foz do Arade em 1970, efectuada após o arranque das dragagens do leito do rio, numa equipa onde se encontrava o portimonense Hélder Mendes, que gentilmente nos cedeu esta foto.
Por este rio ao largoPor este rio ao largo

Por este rio ao largo

Para além do seu papel como via de comunicação de albergue portuário a pescado e cargas, a foz do rio Arade tem servido como espaço para lazer e desporto e visto uma série de diversos veículos náuticos sobre o seu espelho de água.

Veja-se aqui a locomoção eólica a fazer mover um pequeno barco à vela e uma prancha de windsurf, assim como um barco para ser movido à força de remar e outro com um pequeno motor fora de borda para o fazer avançar.

A construção de dois quebra-maresA construção de dois quebra-mares

A construção de dois quebra-mares

O relação do estuário do Arade com o mar foi de uma constante luta, com o assoareamento a não permitir a cabotagem de navios de maior porte.

Uma das maneiras que o homem encontrou de “domesticar” esta tumultuosa relação foi a construção de dois quebra-mares, a este na zona da Ponta do Altar e a oeste a partir da fortaleza de S. Catarina, tendo sido concluídos em 1958.

Zona RibeirinhaZona Ribeirinha

Zona Ribeirinha

Vamos dar um passeio pela Zona Ribeirinha?

Por norma, as imagens que mais associamos à zona ribeirinha nos tempos áureos da pesca, no trecho entre a praça Manuel Teixeira Gomes e a Capitania, é a do alar das redes e também do seu arranjo.
Mas nesta zona também era onde as traineiras como a “Soberana” eram abastecidas com gasóleo na bomba da SACOR instalada na muralha. Era o alimento das máquinas que iam buscar o nosso alimento!

Molhe da Praia da RochaMolhe da Praia da Rocha

Molhe da Praia da Rocha

Vamos dar um passeio pela Praia da Rocha?

Quando se vai dar um passeio pela Praia da Rocha, o molhe oeste que guarda a entrada na foz do rio Arade costuma fazer parte dos itinerários dos caminhantes. E tal passou a ser possível quando esta infra-estrutura foi concluída em 1959, depois da obra ter arrancado em 1946 e ter conhecido algumas interrupções.
Aqui temos uma foto de Francisco Oliveira que documenta um aspecto da sua construção no ano de 1957.

Casa InglesaCasa Inglesa

Casa Inglesa

Inaugurada há mais de 90 anos, a Casa Inglesa mereceu desde logo a preferência da sociedade local, devido ao seu requinte.

Ocupando parte do prédio da Viscondessa de Alvor onde antes existiram as cavalariças e o palheiro, mereceu destaque no jornal “O Portimonense” de 5 de Outubro de 1922: "Os proprietários não se pouparam a despesas e cremos ser, no género, a mais completa e bem montada casa da província, […] habilitada com um esmerado serviço de restaurant"

Capitania do Porto de PortimãoCapitania do Porto de Portimão

Capitania do Porto de Portimão

O antigo ministério da Marinha foi uma das entidades que aproveitou o novo talhão de aterro na zona ribeirinha de Portimão na zona do Dique, aproveitando para construir aí um dos seus mais emblemáticos edifícios: a Capitania do Porto de Portimão.

É com a foz do Arade como pano de fundo, que desde 1940 se controla todo o tráfego costeiro compreendido entre a margem oeste da Ria de Alvor e a margem este da ribeira de Quarteira.

BarracãoBarracão

Barracão

Memória e história costumam andar de mão dada. E aqui vemos um remate da primeira para ajudar à segunda a ilustrar aquela que foi a primeira sala de cinema em Portimão, o “Barracão”. Iniciativa do rico industrial e proprietário António do Carmo Provisório, seria o primeiro animatógrafo local, havendo também espaço para concertos de bandas filarmónicas. A sua construção também aproveitou o tempo de conquista de espaço ao rio, estando localizado no extremo norte do que hoje corresponde ao Largo do Dique. A sua gestão nos anos finais ficou a cargo da Orquestra Semifúsica que, aquando da demolição do “Barracão” por já não ostentar as condições mínimas para uma boa fruição do espaço, acabaria por trabalhar no sentido de construir um cinema de raiz na cidade.

Este traço de memória que ilustra este post também acaba por se ligar à sétima arte, pois foi feito por Júlio Bernardo, o multifacetado artista portimonense que também realizou pequenos documentários que ajudaram a documentar a vida local dos anos 60 e 70.

Largo da BarcaLargo da Barca

Largo da Barca

Daqui, em tempos pré-ponte partia-se para a outra margem na barca de passagem. A travessia entre as margens do Arade foi concedida em 1466 pelo rei Afonso V a Álvaro de Teivas sendo que anos mais tarde, no século XVIII, o bispo D. Francisco Gomes Avelar mandou construir uma calçada no sapal da margem esquerda, cujo término tinha dois pilares em cantaria com a inscrição “a vida presente é uma passagem para a eternidade” num deles.

Depois da construção da ponte rodoviária, o largo da Barca acabou por converter-se no centro de pequenos armazéns dos compradores de peixe, aproveitando a proximidade da lota. A foto mostra-o em 1969, pouco depois do terramoto que assolou a cidade a 28 de Fevereiro de 1969.
Com a deslocação da lota para a outra margem no final dos anos 80, acabou por ser requalificado como um dos espaços de referência da restauração portimonense.

CoretoCoreto

Coreto

No centro da agora Praça Manuel Teixeira Gomes, houve em tempos um coreto, inaugurado nos finais da I República, corria o ano de 1925, com a Banda Filarmónica de Portimão a ser o primeiro de muitos agrupamentos musicais a lá tocarem. Foi o palco final de muitos dos eventos oficiais que se sucederam desde aí, vindo a conhecer o seu final da década de 60, quando foi decidido o seu desmantelamento, começando pela venda das ferragens, parte delas aproveitadas numa vivenda em Porches.

Hoje em dia, no espaço oposto da praça, foi construída uma réplica.

SapalSapal

Sapal

No passado dia 02 de Fevereiro comemorou-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas, importantes ecossistemas derivados do choque entre a água doce e salgada, da qual o estuário da ria de Alvor é o mais importante testemunho concelhio.

Mas se falarmos em sapal, vem também à cabeça um dos mais conhecidos topónimos portimonenses. É que os mais novos já não se não têm presente essa imagem mas o rio Arade ia entrando pela zona do Largo do Dique, alagando a área até ao actual Largo do Município. E como a foto mostra, até dava para produzir sal no que é agora o interior “sequinho” da cidade!

FontanárioFontanário

Fontanário

A água é um bem essencial que hoje em dia damos por adquirido com a sua presença nas nossas casas por via canalizada e/ou engarrafada.

Contudo o acesso a água potável não é algo assim tão recente em termos históricos. Veja-se que em Portimão somente em 1889 é concessionada a distribuição pública de água à companhia Sárrea Prado e Comandita que começa a disponibilizá-la ao público em 1902 a partir da captação do Barranco das Canas, situado no extremo norte do concelho, inaugurando-se fontanários como o da foto, localizado junto da ponte rodoviária.
Refira-se, como nota de curiosidade, que um dos sócios da empresa, o eng. Ângelo de Sárrea Prado já tinha sido um dos fundadores da Companhia de Águas de Luanda.

Jardim BivarJardim Bivar

Jardim Bivar

"Sabe-me bem dar um passeio por aqui depois do trabalho. Enche-me o coração ver que o desenvolvimento desta minha vila não descura estes espaços para os seus cidadãos, que agradável é passear neste jardim e ao mesmo tempo olhar para o rio Arade com os barcos que acabaram de vir da faina para alimentar as fábricas de conserva. Acho que não faltará muito para esta vila passar a cidade”.

Muito possivelmente o estado de espírito do senhor que nesta foto está a passear no então recente Jardim Bivar, primeiro espaço verde de Portimão e que aproveitou o então mais recente talhão do aterro do cais.

Mercado de peixeMercado de peixe

Mercado de peixe

Por vezes vemos naqueles programas de televisão dedicados às viagens imagens de peixe à venda no chão em pequenas aldeias e vilas piscatórias? Parece bonito e romântico, não é? Talvez seja, mas também desafia as regras da higiene…

Foi com esse espírito, embalados pelo ímpeto da Regeneração fontista que caracterizou a segunda metade novecentista portuguesa que as autoridades locais em Portimão decidiram aproveitar o novo aterro do cais para construir um pavilhão que serviria de mercado para o peixe.
Cumpriria esta função até meados dos anos 50, altura em que foi desmantelado, passando a venda do pescado para o Mercado Municipal na Praça da República.

Ponte rodoviáriaPonte rodoviária

Ponte rodoviária

Comecemos por atravessar o rio em seco e sem oscilações de barcas de passagem através da ponte rodoviária. Foi a sua construção em 1876 que motivou o início da zona ribeirinha como hoje a conhecemos, devido à criação do aterro para a sua chegada à margem direita, depois de ter o visconde de Bivar ter conseguido que a nova travessia terrestre do Arade fosse feita em Portimão e não em Silves.

E sintamo-nos cosmopolitas: afinal de contas a Fives-Lille, empreiteira responsável pela construção, também construiu as pontes Alexandre III e das Artes em Paris…


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