Entre as Linhas de Pescar e de Tecer
“Entre as linhas de pescar e de tecer”, reúne uma seleção de trabalhos de diferentes tipologias criados por Conceição Abreu, com o recurso a variadas técnicas, entre desenhos, esculturas, instalações e fotografias.
Sob curadoria de Sofia Marçal, a mostra foi idealizada com o propósito de criar, numa perspetiva contemporânea, um diálogo com a coleção etnográfica do Museu de Portimão e a história da pesca ligada à cidade, podendo ser considerada quase uma exposição retrospetiva, onde a leveza das obras expostas se enquadra numa narrativa poética expandida no tempo.
Os trabalhos, onde as linhas de pescar e de tecer se encontram, refletem o compromisso da artista na busca pelos limites dos materiais e das matérias, concretizando-os em obras de arte e conferindo-lhes imortalidade, ao expandir a ideia de perpetuidade relacionada com a conceção das redes de pesca.
O Museu de Portimão ligado às práticas da pesca e ao mar, às noções de partir e voltar, inspirou Conceição Abreu a idealizar esta exposição, tendo como ponto de partida uma obra sua de 2015 — intitulada “Destempo” e tecida com fio de nylon (normalmente usado como fio de pesca) e linha de algodão (próprio dos trabalhos manuais efetuados em crochet, como podem ser exemplo as colchas brancas que noutros tempos cobriam as camas) —, na qual ecoa o ditado popular “onde há redes, há rendas”.
Segundo Conceição Abreu, “ligada às povoações do litoral com atividade piscatória, emergem as noções de viagem e de lugar, que aqui se desenvolvem na sua ligação e entretecimento, tendo como imagem as linhas que as unem e entrelaçam”, de onde as peças expostas resultam, “através dos cruzamentos com os quais se formaram tessituras e malhas.”
(09 de setembro a 3 de dezembro)