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Pai Natal chegou de barco pelo rio Arade

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A magia de Natal chegou à cidade de Portimão por via marítima. O Pai Natal e a sua comitiva, este ano, resolveram trocar o trenó por uma embarcação típica de pesca, uma “enviada”, para espanto dos mais novos que, assim, viram o velhinho de barbas brancas e os seus duendes atracarem no porto após uma viagem pelo rio Arade. A iniciativa integrou o evento “Um Sonho de Natal’21”, promovido pela autarquia de Portimão, e contempla mais de um mês de animação.

O Pai Natal chegará a Portimão numa “Enviada” embarcação típica de pesca, recentemente restaurada e museografada pelo Museu de Portimão. A histórica embarcação “Moira” regressou a Portimão, onde está acostada junto ao Museu. Este barco, construído em 1936, em Sesimbra, mas que operou na pesca costeira, na cidade portimonense, entre 1941 e 1969, foi doado ao Município pela Administração dos Portos de Sines e do Algarve.

Portimão aceitou a doação da “Moira” tendo em conta o interesse patrimonial e histórico da embarcação construída em madeira, e o facto de se tratar de um dos últimos exemplares do género, constituindo um testemunho social e cultural que importa manter e valorizar.

O bom estado de conservação e as poucas transformações que apresenta relativamente ao original, conferem à embarcação um importante ativo turístico e cultural para a cidade e para a região algarvia, não só devido à sua fruição e preservação, como também pelo seu uso em futuras recriações de descarga do peixe, no âmbito do Festival da Sardinha e na criação de mais um ponto de interesse junto ao pontão do Museu de Portimão, local onde foi instalada uma doca seca para acostagem e amarração da “Moira”.

O barco esteve ao serviço da APS desde 1969, altura em que foi adquirido à sua anterior proprietária Carmen Simões, por 100$00. Do seu histórico, conta-se o facto de ter sido construído no ano de 1936 em Sesimbra, embora tenha em Portimão, na pesca costeira, pelo menos desde o início da década de 1940 até 1969.

Dados mais concretos referem que foi adquirido em 1941 por José Basto, na altura com a designação “Come Figos”, que o terá registado na capitania do Porto de Portimão. Está registada como embarcação de “pesca costeira” e de “condução de pescarias”, sendo que existe uma planta de corte horizontal desta embarcação, datada de 1955, em que se encontra identificada enquanto “buque a motor”.

Ainda no ano de 1941, o barco é vendido por 2000$00, ao que parece ter sido uma sociedade entre Cristóvão de Brito e Carmen Simões. Na altura da aquisição por esta dupla, é solicitada a alteração do registo da embarcação para o nome “Senhora do Carmo”, nome que se manteve até ser adquirida pela Junta Autónoma dos Portos do Barlavento do Algarve em 1969.

De acordo com alguns testemunhos, esta embarcação serviu como enviada de apoio a traineiras e terá realizado várias viagens a Marrocos, na pesca do biqueirão, as quais duravam cerca de uma semana.

De referir que a “Moira” encontrava -se em estaleiro, e agora poderá ser apreciada junto ao pontão do Museu de Portimão, podendo já ser vista, acrescentando assim mais um elemento importante no discurso museográfico do Museu de Portimão.


                                                                                                                                      logoCmp



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